HISTÓRIA DE PORTUGUESES NO BRASIL
HISTÓRIA DE PORTUGUESES DO BRASIL
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Aquilo que ouvimos, e, que aprendemos, e, que nossos pais nos contaram,
não o encobriremos aos nossos filhos.
Nós os contaremos, de geração em geração.
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Texto de Palmira Faleiros
Por volta do ano de 1.800, garimpeiros, originários de outras regiões de mineração se estabeleceram em núcleos clandestinos na confluência dos rios Santa Bárbara e Sapucaizinho, na região conhecida como Barro Preto, e, ali fundaram uma povoação a que chamaram de Santa Bárbara das Macaúbas.
Em 1833, como o número de habitantes de Santa Bárbara era suficientemente grande, criou-se a Freguesia e Distrito de Santa Bárbara das Macaúbas, o segundo da Vila Franca-SP, instalado a 1º de julho daquele ano.
Os garimpeiros não se preocupavam com a agricultura e por isso arrasavam os terrenos marginais dos rios, o que levou ao descontentamento dos fazendeiros, que liderados por João Cândido dos Reis, fizeram uma petição ao Governo Provincial para que os impedisse de continuar ali.
O resultado disto foi a extinção do arraial segundo documentos que constam do Arquivo do Estado de São Paulo (1).
Por estes documentos tomou-se ciência de que a freguesia não foi destruída por tropas vindas de Franca-SP, como constava da tradição oral, mas que os garimpeiros, após serem notificados pela autoridade competente, se retiraram em 1855 (2), sem impor resistência e seus ranchos foram, mais tarde, queimados pelos fazendeiros.
Os garimpeiros não desanimaram, e, voltaram a se arranchar as margens dos rios Santa Bárbara e Sapucaizinho, o que provocou, por parte dos fazendeiros, novo pedido ao Presidente da Província para a expulsão dos invasores, que foram notificados a 26 de fevereiro de 1862, para que dali saíssem (3), o que fizeram pacificamente. Isto foi verificado pelo oficial de Justiça em 15 de março do mesmo ano, expedindo documento relacionando o nome de todos os garimpeiros que ali se encontravam.
Assim, perseguidos, os garimpeiros subiram o Sapucaizinho vindo a se instalar às suas margens, já em terras pertencentes à fazenda do Turvo, onde hoje se localiza a cidade de Patrocínio Paulista.
A notícia da existência na região de grande quantidade de pedras preciosas provocou um grande afluxo de pessoas desejosas de se enriquecer, o mesmo acontecendo por época do recrutamento para a guerra do Paraguai, o que provocou a vinda de grande número de foragidos para cá, onde passavam a se dedicar ao garimpo.
A Povoação cresceu rapidamente o que levou ao Monsenhor Cândido Rosa (ACREDITAMOS SER NOSSO PARENTE) a animar a população a fazer uma doação de terra à fábrica da Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio.
- 5- A chegada dos MONTEIRO DE ARAÚJO e dos Bisnetos da MADRINHA DA SERRA, vindos de Uberaba-MG, a Penápolis-SP, em 25 de setembro de 1912, e o Frei José Vaz de Melo
- 5-1 A Chegada dos bisnetos e trinetos da Madrinha da Serra a Penápolis-SP junto com os Monteiro de Araujo
- 6 – Coronel João Monteiro de Araújo, sua Fazenda Badajós, em Uberaba-MG, 100 anos depois, da família partir para o Degredo e o Lageado em Penápolis-SP
- 8- A Origem da Família Monteiro, portuguesa com certeza
- 8- Museu dos Monteiro de Araújo em Itirapuã-SP
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Os garimpeiros e toda a população do local, liderados pelo Sr. Joaquim Carlos Monteiro DA FAMÍLIA MONTEIRO DE ARAÚJO fizeram uma subscrição pública e com o produto da mesma adquiriram uma parte de terras da fazenda do Turvo, então pertencente ao Major Antônio Joaquim do Nascimento, (meu avô), fazendo doação do terreno adquirido a Nossa Senhora do Patrocínio (5)
Em 30 de março de 1874, a lei Nº. 17, promulgada pelo Presidente da Província, Dr. João Teodoro Xavier, elevou a povoação à Freguesia e suas divisas com a paróquia de Franca foram aprovadas por atos da mesma presidência em 13 de maio de 1875.
A Lei Nº. 23 de 10 de março de 1885, assinada pelo Presidente da Província de S. Paulo Dr. José Luiz de Almeida Couto, elevou a antiga povoação à condição de Vila com o nome de Vila de Nossa Senhora do Patrocínio do Sapucaí.
A 10 de dezembro de 1887, foram eleitos os primeiros vereadores que tomaram posse a 28 de janeiro de 1888, passando a município nesta mesma data.
Em 25 de agosto de 1892, pela Lei Estadual Paulista Nº. 80, a Vila de Nossa Senhora do Patrocínio foi elevada à categoria de comarca e cidade pelo governo de São Paulo.
A 1º de janeiro de 1949, o antigo “Garimpo do Sapucaí” passou a se chamar Patrocínio Paulista, de acordo com a Lei Estadual Paulista nº. 233 de 24 de dezembro de 1948.
Por volta de 1890, em função dos garimpos de Patrocínio Paulista surgiu a seis quilômetros desta cidade um povoado cujo patrimônio formou-se graças às terras doadas a Nossa Senhora Aparecida, por Antônio Beltrudes e outros (8).
O Distrito de Paz de Itirapuã foi criado e incorporado à comarca de Nossa Senhora do Patrocínio do Sapucaí pela Lei estadual paulista nº. 751 de 14 de novembro 1900, ficando ligado à Patrocínio, até 24 de dezembro 1948, quando a Lei estadual paulista nº. 233 criou o Município de Itirapuã-SP.
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LEI estadual paulista N. 751, DE 14 DE NOVEMBRO DE 1900
NA TERRA DOS MONTEIRO DE ARAÚJO – MORRO REDONDO DO PONTAL
Cria o districto de paz de Ityrapuam, no Municipio e Comarca de Patrocinio de Sapucahy.
O doutor Francisco de Paula Rodrigues Alves, presidente do Estado de São Paulo,
Faço saber que o Congresso Legislativo decretou e eu promulgo a lei seguinte :
Artigo 1.° – Fica creado o districto de paz de Ityrapuam, municipio e comarca de Patrocinio de Sapucahy.
Artigo 2.° – As divisas do districto são as seguintes: começam no espigão das divisas da fazenda de São Thomé com as do Morro Redondo do Pontal, na divisa do Estado de Minas com o de São Paulo, deste ponto, seguindo pelo mesmo espigão até o Alto da Serra, nas divisas da fazenda de Antonio Joaquim de Alvarenga, João Carlos de Vilhena e Morro Redondo do Pontal, dahi seguem pelas aguas vertentes até encontrar a Serra do Campestre, seguem pelo espigão desta até o pontel da mesma serra, deste, em rumo á cabeceira do corrego da Varginha, descendo por este á morada de Francisco Alves de Freitas, ponto em que toma o nome de «Corrego das Pedras», descendo por este até a barra do corrego denominado «Corrego da Joanna», ponto de divisas com a fazenda de João Villela dos Reis, subindo por este até sua cabeceira, desta, voltando em rumo até a barra dos corregos do «Capanema» e «Santa Barbara», subindo por este até a barra do corrego dos «Mellos», seguindo por este até a barra do corrego da «Barra Grande», subindo por este até a barra de um corrego junto á morada de José Justino de Figueiredo, seguindo pelo corrego da direita até a morada dos herdeiros de Messias Joaquim do Nascimento, nas divisas do Estado de Minas, seguindo por estas até o ponto de partida das presentes divisas.
Artigo 3.° – Revogam-se as disposições em contrario.
O secretario de Estado dos Negocios do Interior assim a faça executar.
Palacio do Governo do Estado de São Paulo, aos quatorze de Novembro de mil e novecentos.
FRANCISCO DE PAULA RODRIGUES ALVES
BENTO BUENO
Publicada na Secretaria de Estado dos Negocios do Interior, aos 14 de Novembro de 1900.-Servindo de director, T. Mondin Pestana.